domingo, 15 de agosto de 2010

Educação Inovadora e as Tecnologias



Segundo José Moran “Uma educação inovadora se apóia em um conjunto de propostas com alguns grandes eixos que lhe servem de guia e de base. As tecnologias favorecem mudanças, mas os eixos são como diretrizes fundamentais para construir solidamente os alicerces dessas mudanças.
As bases ou eixos principais de uma educação inovadora são: o conhecimento integrador e inovador, o desenvolvimento da auto-estima/autoconhecimento, a formação do aluno-empreendedor, a construção do aluno-cidadão.
São pilares que, com o apoio das tecnologias, poderão tornar o processo de ensino-aprendizagem muito mais flexível, integrado, empreendedor e inovador.”
Atualmente o professor tem autonomia para oferecer ao aluno um conhecimento integrador e inovador, pois antes os educadores estavam totalmente atrelados a currículos pré-estabelecidos.
É necessário, também, que sejam propostas ao aluno atividades que desenvolvam a auto-estima e a confiança. Temos que transformar nossas aulas em espaços em que o aluno não tenha medo de expor suas ideias e conceitos, mas seja motivado a apresentar suas opiniões. Muitas crianças e adolescentes trazem uma história de vida tão sofrida e veem no professor uma pessoa em que podem confiar.
Além disso, uma educação inovadora que estimule a pesquisa, as iniciativas, os planejamentos e os projetos colabora para a formação do aluno empreendedor.
E finalmente, alicerçados nos pilares propostos com Moran a escola cumprirá o seu papel formando o aluno-cidadão. Este aluno fará a diferença na sociedade, pois terá aplicará seus valores éticos, valorizando a comunicação e o relacionamento com o outro.
“Só as tecnologias não dão conta desta nova pedagogia, desta nova postura necessária para uma educação inovadora. Mas, pressupondo estas bases, as tecnologias facilitam e muito esta inovação.” (Moran)

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

LEIA E REFLITA...

Podem os educadores mudar a escola?

Danilo Gandin

Temos uma tradição legalista em nossas escolas. Ela se sustenta no modo de pensar que chamamos senso comum, isto é, naquilo que as pessoas acreditam sem pensar, naquilo que é repetido sem que se tenha um fundamento real para acreditar. Fiz uma comparação entre o meu ginásio, o ensino de 1º grau de meus filhos e o Ensino Fundamental que meus netos vão começar a sofrer em breve. Quase não há diferença entre 1950 e 2010: quase todos vão à escola, diminuiu o número de disciplinas, fala-se mais em coisas novas, há reuniões, congressos e “aperfeiçoamento”, mas o currículo, em sua base, segue o mesmo. Se perguntarem às professoras (também aos professores, pois ainda os há, embora poucos, o que constitui outra mudança escolar) quais os conteúdos de sua matéria, em qualquer série, elas responderão da mesma forma do Oiapoque ao Chuí. É claro que professoras e professores mais lúcidos – são muitos – sabem que isto é uma aberração. Mas são escravos da “legislação”.

Encontro por este Brasil afora muitos grupos de professoras e professores que pensam. Mas eles e elas são proibidos de pensar, pela pressão do cotidiano. E pela prática de muitas outras e muitos outros “educadores” que preferem ser pilotos de livro didático, passando um amontoado de informações desligadas da realidade e de que, em geral, todos já ouvimos falar, mas do que não nos lembramos mais a não ser de alguns itens que coincidiram com nossos interesses.
Não, não podemos mais, os educadores, realizar esta revolução que a escola necessita. Embora o Conselho Nacional de Educação e muitos outros organismos educativos que são “autoridade” digam que as escolas são livres, isto não é verdade. A escola é o campo mais vigiado da prática humana. Ai dela se tentar, além da sua prática de transmissão da cultura – e da cultura dominante – propor alguma alteração na hierarquia de valores! Ela é controlada pela lei. Mas, sobretudo, por regulamentos expedidos por órgãos inferiores e pela própria sociedade. Talvez a distribuição gratuita do livro didático, tão desejada, seja a principal maneira de constranger a escola. Mesmo que a reprovação e a evasão sejam um descalabro, elas são construídas propositadamente pela escola. Como se manteria a divisão em classes de outra forma?
Só uma ação governamental poderosa pode mudar a escola hoje. Mesmo sabendo que a mudança verdadeira só será possível por uma democratização real da sociedade – incluindo mais igualdade –, hoje pode a autoridade governamental transformar o currículo, para que a escola ajude as crianças a assumirem sua própria identidade, possam munir-se de instrumentos para participar na sociedade, possam assumir um compromisso social e tenham a vivência ligada à transcendência, pelo menos desenvolvendo a capacidade de ultrapassar seus interesses mais imediatos.
Fonte: http://zerohora.clicrbs.com.br/zerohora/ (09/02/2010)

INTEGRAÇÃO DE MÍDIAS E PRÁTICA PEDAGÓGICA


A adequação e integração da prática pedagógica com a tecnologia requerem uma nova postura do professor frente aos seus alunos. É importante que o professor perceba que o seu papel no processo educativo mudou, pois ele deixa de ser um transmissor ou detento do saber para ser um mediador na construção do conhecimento.
Para que esta integração aconteça de forma positiva e eficaz é necessário que o professor busque conhecimento de como lidar com as TICs, compreendendo este mundo virtual e tecnológico que se desenvolve vertiginosamente. A partir do momento que o professor torna-se apto a manusear estas ferramentas, vai compreender como utilizá-las no seu dia a dia para promover situações de aprendizagem, pois as crianças e adolescentes são fascinados pela tecnologia.
O uso das mídias e da tecnologia deve proporcionar situações didáticas significativas que estimulem à pesquisa, a investigação, a reflexão, a análise, a síntese, a fim de que o aluno transforme as informações em conhecimento. É importante, ainda, que o professor possibilite que o aluno produza o seu próprio material: um vídeo, um Power Point, um Movie Maker, um texto, uma releitura de um filme ou de um programa de televisão.
Além disso, o trabalho em equipe deve ser estimulado, pois um aprende com o outro. Nesta interação há troca de experiências e saberes, pois um trabalho desenvolvido de forma colaborativa reflete numa aprendizagem prazerosa.
O trabalho com projetos vai fazer com que o professor aprenda a fazer um trabalho dinâmico, interdisciplinar, inovador, criativo através do uso da tecnologia e das mídias, levando o aluno a valorizar a presença daquele que além de ensinar, também aprende.
Segundo José Manuel Moran “O educador autêntico é humilde e confiante. Mostra o que sabe e, ao mesmo tempo está atento ao que não sabe, ao novo. Mostra para o aluno a complexidade do aprender, a sua ignorância, suas dificuldades. Ensina, aprendendo a relativizar, a valorizar a diferença, a aceitar o provisório. Aprender é passar da incerteza a uma certeza provisória que dá lugar a novas descobertas e a novas sínteses.” A escola cumprirá o seu papel quando tiver a quase totalidade de professores que tenham esta postura.